sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Cinzas

Cinzas de outrem que fora consumido pela bile negra,

Passeando pela alma amargurada do pesar

Enclausurado no âmago da tristeza pueril!

Cinzas que se espalham à menor briza singela,

Chicoteando sem dó as costas do sôfego corpo desfeito,

Dilacerado, tornado pó.

Cinzas de um dia tomado por estratus ninbus carregadas

Para precipitar uma lavagem sagrada

Sobre um ser profano imerso em lágrimas.

Cinzas que me tornei,

Cinzas para virar pó,

Pois do pó vim e para o pó retornarei

E do pó renascerei!

Naldo Costa

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