Nada

O oco do espaço envolto em vácuo Hermeticamente trancafiado ao redor do nada Tardiamente possuído por coisa alguma Precipitado sobre a vã existência pueril Descabido de sentido sabe-se lá de sentimento. Nada Nada existe, como tudo um dia existiu, Ou seria apenas a ausência de tudo que a ele originou? Realmente isso faz alguma diferença? O que retorna ao interlocutor, nem eco se parece. No nada, no vácuo, o som não se propaga. Nada Nada pode ser interpretado neste vazio de contexto Neste vazio de amor, seja próprio ou de outrem. Sem nexo, sem vida, sem o sopro, a chama! Sem o sinal divino a habitar este espaço. Como pode haver tal lugar? Ele existe, eu o sinto, eu o toco. É sólido, é duro, é pesado. Arrasto com correntes este fardo Criação minha em absoluto Uma invenção diabólica a me consumir Cada fibra, cada momento. Sofro com tudo que existe dentro deste nada. Uma antítese paradoxal. Pois se é o nada, pois se não há existência, Como pode haver algo lá, como pode pesar tanto? Não há n...