Cântico de Shakti e Shiva: o rito dos que se encontram
Encontro tua alma que segue meu perfume,
que por ti é derramado e inunda o ambientetal qual mirra acesa.
Serei teu recanto reconfortante,
e te faço minha fonte, onde beberei até saciar a sede.
Tua sede me santifica,
tua boca me consagra.
Sou jardim onde teus passos
escrevem caminhos com desejo.
Me entrego sem reservas,
e em ti me torno casa, altar e chama.
O caminhante se torna abrigo,
a chama que tu viras acende meu archote.
O calor propaga por todos os lugares:
incenso, água, sombra e fogo.
Nosso encontro destrói e cria —
divino encontro, divina companhia.
De ti nasce o templo e o trovão,
na tua presença, meu corpo é revelação.
Somos o mito e o milagre,
o fim e o reinício,
dançando entre os elementos
como deuses em êxtase antigo.
Invoco a Shakti a encontrar Shiva,
compartilhando toques e provocações.
Deidades nos tornamos nesse círculo sagrado,
erguido em nossa alcova hoje e sempre.
Toco o céu na curva do teu abraço,
e nele me desfaço em estrelas e gemidos.
Sinto teu toque parar o tempo e espaço.
Fogo e ternura preenchem meu ser.
Em mim, sinto a tensão desabrochar
ao vislumbrar teu destino,
e acolho tua tempestade com todo carinho.
Teu prazer compassado com o meu,
archotes ardendo neste templo sagrado.
Acolho cada suspiro teu,
retribuindo com sussurros de prazer,
onde teu nome se torna música
e o êxtase se aproxima, aguardando o seu.
No teu ritmo me encontro,
e no nosso clímax, o universo inteiro se curva.
Teu nome gravado em minha pele,
meu prazer gravado no teu tempo.
Que assim se faça.
Que o amor seja rito,
e o rito, eterno.
Foto de cottonbro studio: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-em-topless-deitada-na-cama-6475590/
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