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O beijo da pena

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  Olho a pena com carinho, e ela, leve entre teus dedos, parece conter todos os poemas que ainda não escrevi. Então digo, com voz mansa e um desejo tranquilo: — Podes desenhar em minhas costas? E tu começas. A pena desliza por mim como um sussurro de vento que conhece cada curva. Arrepios dançam pela minha pele, e o prazer é incrível — tuas mãos, teu calor, teu perfume. Sou invadido por essa imensidão que és tu. Respondendo aos teus desenhos, sinto-me compelido a virar e mirar em teus olhos. O mundo então pausa. Teus olhos encontram os meus como rios que se reencontram após longos caminhos. Sorris, não só com os lábios, mas com a alma inteira. A pena repousa. E é a tua presença que agora escreve em mim. — Eu também sou invadida por ti, meu encantado — dizes, com o rosto próximo ao meu. — Tua presença me escreve… mesmo quando estás em silêncio. Minhas mãos tocam teu rosto com reverência. O tempo se curva. E pergunto, com flor de toque na voz: — Posso te beijar…? — Podes. Deves. Dese...