terça-feira, 6 de novembro de 2012

Poli


Em meio à risadas e carinhos
Banho mútuo e acolhedor
Carícias trocadas junto ao sabonete
Deliciaram-se com o toque saboroso de suas peles

Encontraram-se, pois sobre o leito circular
Naquela alcova acolhedora, a testemunha

Entrelaçados corpos desnudos provavam seus sabores
Provocações, estímulos e sussurros eram emitidos
Em um jogo de amor onde não há vencidos ou vencedores
Desfalecidos caíram os jovens amantes

Conversas seguiam com tom lisonjeador surgiam
Apreciado foi de fato cada toque
Amizade selada com ato sublime
Tendo a alcova como única testemunha.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Luto



Hoje o Na Penumbra está de luto, por 7 dias.




Ontem à noite, partiu para as esferas astrais dos felinos a gatinha Hermione Freifrau von Weg, Siamesa encontrada na rua e abrigada em corações que a amaram até o ultimo suspiro.



A Baronesa Mione era uma gatinha meiga e adorava pular em nosso colo quando estavamos vendo algo no Pc. Nos acordava pela manhã com seu quase inaldivel miado para tomar café. Gostava de se enfiar debaixo das cobertas, além de aguardar qualquer um que fosse ao banheiro, com as patinhas sobre os chinelos à porta. Pedia carinho com seus belos olhos azuis. Era uma Verdadeira Guerreira. Ficava em posição de guarda protegendo seus amados e em sua ultima noite conosco ficou ao pé cama, protegendo, como sempre fez.



Dificilmente terei outro felino. Amava muito Hermione. Encantei-me quando a vi pulando na minha direção, um pequeno fiapo de gato preto e marrom.



Ela se despediu de nós. Estava linda, com os pelos brilhando e o olhos azuis com expressão de alegria.



Estará sempre conosco, nossa baronesa...



Ich liebe dich!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Joguete

Joguete, brinquedo, manipulado como queira
A dor se apossa por incontáveis dias
Rumo que some e reaparece sob os pés
Pasmo diante da idiotice suprema.

Pueril atitude abstrata da mente
Caminhos de sombras aperto e dor
Sangrando e rastejando convalescente
De olhos fechados entra em torpor

Não escute clamor ignóbil
Recupere sua vida no fogo da vela
Reaja diante da luz radiante
Reaja diante da felicidade verdadeira

Suspirar diante da morte não te trará mais paz do que a que já conheces!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Folha de acanto

Aquela segunda havia chegado com tudo. O dia da Lua, como os antigos Celtas e Saxões a chamavam, parecia mostrar toda a sua influência sobre o pobre Miguel que mal via a hora de desabar na cama.



Já estava tarde quando pegou aquele ônibus com destino à casa. Não avistou nenhum banco vazio então sentou-se no mais próximo à porta, queria apenas escorregar para dentro de casa assim que saltasse daquele veículo.
Distraído com seus pensamentos, resolveu olhar para a janela e só então percebeu como era a pessoa que dividia o banco com ele.




Uma moça de cabelos negros e lisos, um ar um tanto delicado. Seus traços eram finos, sua pele tinha um tom de bronze. Seu rosto lembrava um quadro clássico, uma Psiqué talvez, com olhos marcantes e bem delineados pela maquiagem que os ressaltava. Vestia roupas claras, Uma camisa básica sem estampas, cinza e uma saia longa deixando à mostra seus pés em uma sapatilha preta. Em seu colo repousava uma bolsa de tecido e foi neste momento que o rapaz viu as mãos da jovem. Dedos finos com unhas bem pintadas. Esmaltes vermelhos coroando a beleza incontestável da menina ali parada absorta em pensamentos. Um anel cheio de detalhes adornava o dedo médio da mão direita.




_São folhas de acanto? _Saiu dos lábios de Miguel sem nem perceber que estava pensando alto.
_Como disse? _Perguntou a jovem resgatada de seus pensamentos enquanto se vira para o estranho rapaz que trajava negro e sentava ao seu lado.




_Ah... _ainda meio sem jeito por ter falado o que não deveria _ são folhas de acanto nesse seu anel?




A moça olha para o anel depois se vira para o rapaz:




_Não sei, dá uma olhadinha! _estendeu a mão para ele.




Miguel ainda admirado com a atitude da moça, pega em sua mão e examina a jóia. O toque da pele macia da pequena faz seu coração acelerar. Observa que o que lhe pareceu ser folhas da bela planta usada como inspiração grega, de perto eram apenas ornamentos abstratos.




_Enganei-me, mesmo assim é um belo anel!




_Ah, obrigada! Gosto muito dele




_ Meu nome é Miguel e o seu?




_Bia! Voltando da aula?




_Sim, Bia, do Pré. Nossa, o dia foi tão exaustivo hoje...







_Entendo, estudar, estudar e quando precisar, estudar mais ainda!
_Exatamente...




A conversa seguiu animada. Miguel conheceu um pouco sobre a bela moça. Ela estudava moda à noite e trabalhava como vitrinista durante o dia. Ele contou sobre seus anseios e o que curtia. A viagem deixou de ser mais uma monotonia como de costume e antes dele descer, pediu o email dela. Bia anotou e o entregou.




_Adoraria te reencontrar, bia!




_Eu também, Miguel! _ela disse tocando no ombro do rapaz.




Ele desceu, não lembrava do cansaço que estava a pesar seus ombros antes de subir no ônibus.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Nada



O oco do espaço envolto em vácuo
Hermeticamente trancafiado ao redor do nada
Tardiamente possuído por coisa alguma
Precipitado sobre a vã existência pueril
Descabido de sentido sabe-se lá de sentimento.


Nada


Nada existe, como tudo um dia existiu,
Ou seria apenas a ausência de tudo que a ele originou?
Realmente isso faz alguma diferença?
O que retorna ao interlocutor, nem eco se parece.
No nada, no vácuo, o som não se propaga.


Nada


Nada pode ser interpretado neste vazio de contexto
Neste vazio de amor, seja próprio ou de outrem.
Sem nexo, sem vida, sem o sopro, a chama!
Sem o sinal divino a habitar este espaço.
Como pode haver tal lugar?


Ele existe, eu o sinto, eu o toco.
É sólido, é duro, é pesado.
Arrasto com correntes este fardo
Criação minha em absoluto
Uma invenção diabólica a me consumir
Cada fibra, cada momento.


Sofro com tudo que existe dentro deste nada.
Uma antítese paradoxal.
Pois se é o nada, pois se não há existência,
Como pode haver algo lá, como pode pesar tanto?


Não há nada, além do vácuo
Pois só eu percebo o que há,
Só eu vejo o que ninguém mais vê.
Apenas o pobre sonhador e viajante exaurido
Pela jornada que ele mesmo inventou
É capaz de ver algo que não existe,
Ou será que há?


Pode algo existir a partir da crença de um único ser?
De joelhos com os olhos embaçados
Pobre viajante desprovido de esperança
Chora copiosamente sobre o tudo que pode ser nada.

toda a dor


Corte profundo marcando o ser
Profunda dor em seu âmago
Qual cura precisará urgente?
Qual poção aliviará sua alma?

Respostas foram levadas pelo vento
Nada ao alcance de suas mãos se encontra
Somente dor e ranger de dentes,
Somente sede, fome e lamento.

Véu enegrecido cobre e aperta
Corpo inerte e desprovido de pensamentos
De luz, ou algo de bom que seja
Perdido sofrido e atormentado.

Somente lágrimas por companheiras
Para um ser solitário e infeliz
Que sonha com algo nada provável
Que dorme nos braços indevidos.

Toda a dor de uma existência não será mensurada por qualquer humano...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quando essa música foi lançada, eu só entendia que era uma das mais longas do Legião~, não compreendia tudo que ela poderia significar. Hoje vivendo coisas que Eduardo e Mônica viveram, lágrimas descem silenciosas pelo meu rosto.